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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ANTÔNIO JOSÉ VAZ

( Brasil – São Paulo )

 

Antonio José Vaz, poeta nascido em meados do século XVIII, na cidade de São Paulo. Foi coronel de milícias e proprietário rico.

 

VISITE E LEIA aqui em nosso Portal de Poesia,
o
Ensaio de DOMINGOS CARVALHO SILVA  sobre a vida e a poesia de ANTÔNIO JOSÉ VAZ:

http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/um_poeta_paulistano.html

 

ANTOLOGIA DA POESIA PAULISTA II. Org. Domingos Carvalho da Silva, Oliveira Ribeiro Neto, Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Comissão Estadual de Literatura, Conselho    Estadual de Cultura, 1960. 173 p.  16x23 cm.  Inclui Errata.   Impresso na Imprensa    Oficial do Estado. 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

CANÇÃO

Não canto aquele que pensou da guerra
O fulminante raio
Aos últimos confins levar da terra
Sem horror, sem desmaio,
Que não incensa a Musa Americana
Heróis da Grega, mas da Mantuana.

Calíope sagrada, tu me assiste
Com frase harmoniosa,
Qual aquela, que do Latino ouviste
Na tuba sonorosa,
E nos meus versos tanta força inspira,
Que um pio Enéias meu herói se infira.

O herói que eu canto, em suas veias
Pulsa o nobre sangue
Dos que tremer fizeram as ameias
Da Mauritânia exangue;
Porém que herdando tanta heroicidade
Da paz somente adora a Divindade.

Fastosa Roma, os tempos suspirados
Dos Césares, e Augustos,
Que em o teu Capitólio assinalados
Em mármores, e bustos,
Deixar quiseste por maior memória
Devem ceder ao nosso tempo a glória:

E tu ó Paulicéia, ó Pátria amada,
Que gozas a ventura
De ser tão somente governada
De Tito na doçura,
Sacode o teu cabelo agora ufano
Co´o vistoso penacho Americano.

Conserta as belas roupas aljofradas
Há tempo fulminantes,
Deixa velas de oiro recamadas,
Topázios, e brilhantes;
Que este obséquio é devido ao grão Lorena,
que te rege no amor, na paz serena:

Se algum dia os teus filhos resolutos
Em tempos mal seguros,
E a despeito dos bárbaros mais brutos
Vagantes Palinuros
Dos sertões descobriram altas minas,
Mostrem-nas hoje dentro das campinas;

Verás que gloriosas recompensas
Lhes guarda o bom Lorena;
Olha as obras magníficas imensas,
Que em teu regaço ordena;
Há o aqueduto, as ruas, e os caminhos
Livres de abrolhos, livres já de espinhos.

Olha quanto lhe deve este Senado
Por tua segurança;
Não tens já que temer, tens arrojado
Em África u´a lança:
Tens os réus em custódia, em casa forte,
Descansa Astréia à sombra de Mavorte:

Olha como por ti aos Senadores
Honra tanto, Paulicéia,
E neles te dedica os seus amores,
Pensando na alta ideia,
Que a um composto não ama antes despreza
Quem de honrar-lhe a cabeça não se preza.


(Poetas da Academia do Senado da Câmara
de São Paulo – Clube de Poesia – 1956)


*

VEJA e LEIA outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html

 

Página publicada em outubro de 2022

 

 


 

 

 
 
 
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